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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Seremos no Futuro, os Deuses Astronautas de Kepler-186F?

Astronauta Maya



Utilizando-se de uma poderosa ferramenta óptica espacial – o Telescópio Espacial Kepler, da Agência Espacial Norte Americana (NASA), astrônomos descobriram o primeiro planeta com dimensões aproximadas da Terra, orbitando uma estrela na chamada "zona habitável", distância confortável de sua estrela que possibilita ter água no estado líquido. A descoberta do Kepler – 186F confirma a existência de planetas do tamanho da Terra, em zonas habitáveis, ou seja, distâncias seguras de suas estrelas, como a nossa, em relação ao sol. De acordo com os cientistas da NASA, a descoberta do planeta Kepler-186F é um grande passo na incansável e árdua busca para descobrir planetas semelhantes ao nosso. Segundo estimativas  e cálculos astronômicos o Kepler-186F é maior que a Terra, entretanto no que se trata de massa e densidade, estes valores ainda são desconhecidos dos cientistas. Como resultado da observação astronômica, cientistas concluíram que a órbita de Kepler-186F é de 130 dias (1 ano Kepleriano), ou seja, Kepler leva 130 dias para dar uma volta completa em sua estrela. Sua estrutura, baseada nas observações e pesquisas, é pensada em ser rochosa existindo grande possibilidade de ter água no estado líquido. Kepler-186f orbita uma estrela anã que está a cerca de 500 anos-luz da Terra e localiza-se na constelação de Cygnus ou Cisne.

Concepção artística do planeta Kepler-186F
Crédito: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech
Mundos como o planeta Kepler-186F, já estão entrando na mira da evolução tecnológica humana e poderão num futuro distante ser o alvo de missões tripuladas de reconhecimento ou colonização. Imagine uma espaçonave construída com tecnologia extremamente avançada, viajando próximo da velocidade da luz e chegando a seu objetivo, como por exemplo, o planeta Kepler-186F. O que poderemos encontrar lá? Penso que aqueles “antigos astronautas” que aqui estiveram, pensaram o mesmo, antes de saírem em suas viagens rumo ao desconhecido, podendo ao chegar aqui, ter encontrado um planeta selvagem e inóspito. Penso que, diferente das teorias de seres extraterrestres conquistadores e destruidores, quem nos visitou por ser evoluído, assim o fez na Terra, unicamente com a missão de colonizar, no entanto pode ter encontrado um planeta habitado por dinossauros e humanoides selvagens. Nossos visitantes colonizadores podem ter se deparado com um verdadeiro “safári das estepes africanas”. Por outro lado, mas numa visão ainda em tempo passado, podem eles ter encontrado aqui tribos nativas já organizadas, porém de nível intelectual e científico atrasado e igualado, as ainda hoje existentes, tribos indígenas recém descobertas que nunca tiveram contato com a civilização moderna. Que atitude estes “antigos astronautas” tiveram diante de um planeta totalmente selvagem? E se chegassem aqui hoje, qual seria a reação diante de nossa civilização?

Nave colonizadora - Galáctica
Agora vamos inverter o quadro, apontando para a “Missão Kepler-186F”. Se fosse possível hoje, tecnologicamente falando, viajar para este mundo distante, como seríamos recebidos se lá encontrássemos um mundo tecnologicamente e socialmente evoluído milhões de anos a nossa frente? Os habitantes de Kepler-186F poderiam nos confundir com uma raça extraterrestre selvagem, já que há milhares de anos agimos assim e talvez estejamos sendo observados. Nossa sociedade continua hoje, como os selvagens do passado de nossa história, matando para conquistar, destroçando para comer, guerreando e destruindo para dominar ou tomar posse. Poderemos ser recebidos “à bala” diante de nosso histórico de dominação e destruição, porque raças evoluídas a princípio agem de maneira social pacífica, no entanto, diante da chegada de uma espécie conquistadora e predadora como a nossa, poderá agir de igual para igual, repelindo o que para eles pode se tratar de uma invasão ou ameaça extraterrestre. Como numa hipótese “espelhada”, quem sabe, os possíveis habitantes deste mundo distante, podem, assim como nós estarem nos observando e talvez preparando uma missão tripulada para estar, onde muitas outras raças já estiveram.     
Eram os Deuses registrados nas paredes das cavernas
Antigos Astronautas? 

domingo, 30 de março de 2014

Incrível: Derretimento da Antártida revela 3 misteriosas pirâmides






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Três pirâmides antigas foram descobertas na Antártida, por uma equipe de cientistas americanos e europeus. Duas foram descobertas cerca de 16 milhas para o interior, enquanto a terceira muito perto da costa. Os primeiros relatórios sobre as pirâmides apareceram na mídia ocidental no ano passado. Esta surpreendente descoberta me faz lembrar do post que publiquei algum tempo atrás sobre a Terra Oca.
Algumas fotos foram publicadas em alguns sites com um comentário de que as estruturas estranhas poderiam servir como prova de que o continente coberto de gelo costumava ser quente o suficiente para ter sidohabitado por uma civilização.
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Imagem aérea tomada através do gelo do Pólo Sul parece mostrar dois ou, possivelmente, três pirâmidesem uma linha, em uma formação semelhante às pirâmides de Giza.
Até agora, pouco se sabe sobre as pirâmides e a equipe prefere manter silêncio sobre a descoberta. A única informação confiável, fornecida pelos cientistas, era de que eles estavam planejando uma expedição para as pirâmides e continuar a investigar e determinar, com certeza, se as estruturas eram artificiais ou naturais. Nenhum detalhe foi dado sobre o calendário da expedição.
Se os pesquisadores provarem que as pirâmides são estruturas feitas pelo homem, a descoberta poderá levar a uma revisão da história da humanidade. Enquanto isso, uma série de descobertas estranhas, mas interessantes, têm sido feitas, recentement,e na Antártida. Em 2009, cientistas encontraram partículas de pólen, o que poderia permitir afirmar que as palmeiras cresceram na Antártica e que as temperaturas do verão chegariam 21C. Três anos depois, em 2012, os cientistas do Instituto de Pesquisas do Deserto, em Nevada, identificaram 32 espécies de bactérias, em amostras de água, do Lago Vida na Antártida Oriental. Uma civilização que não aparece na nossa história.
Será possível afirmar que a Antártida já foi quente o suficiente, no passado recente, para ter permitido a existência de uma civilização que ali viveu? E ainda mais surpreendente é a questão de saber se os restos de uma cultura avançada e desenvolvida estarão estão enterrados sob o gelo.
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Os estudiosos e egiptólogos já suspeitavam que a Esfinge é muito mais antiga do que o imaginado, possivelmente mais de 10.000 anos de idade. Os cientistas descobriram que a evidência de erosão hídrica na estátua antiga, a maior do mundo, tem uma história de mudanças climáticas a partir de uma floresta tropical ao calor do deserto em alguns milhares de anos. Se o clima no Egito mudou tão rapidamente, é igualmente possível que o clima da Antártida também poderia ter mudado drasticamente ao mesmo tempo?
De acordo com a teoria da correlação Robert Bauval e Adrian Gilbert, a construção das pirâmides de Gizé foi realizada em um período anterior entre 12,500 ano 10.500 AC, motivando, esta retroactividade um, correlação entre a localização das três principais pirâmides na Necrópole de Gizé e as três estrelas da constelação de Órion, e que esta correlação foi intencionalmente criado por pessoas que construíram as pirâmides.
A referência à data de 12.500 anos atrás é significativa para Hancock, uma vez que a posição das pirâmides pode indicar o momento exato em que uma civilização avançada desapareceu devido a um cataclismo global. Em seu livro As Pegadas dos Deuses, Graham Hancock encontrou as pistas levam a uma conclusão. De acordo com Hancock, as pirâmides foram construídas em todas as culturas ao redor do planeta e os seus monumentos contêm claras configurações astronômicas mais ou menos evidentes.
De antigos testemunhos de muitas comunidades – a Grande Esfinge do Egito, os misteriosos templos de Tiahuanaco, as linhas gigantes de Nazca, no Peru, as pirâmides maciças do Sol e da Lua no México – o estudo os comparou com os mitos e lendas universal e mapas que datam dos tempos antigos, sugere a existência de umpovo com uma inteligência superior que possuia tecnologia sofisticada e conhecimento científico detalhado, cuja “pegada”, no entanto, foi completamente exterminada por um desastre de enormes proporções.
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Cada cultura tem adorado os seus reis como deuses. Suas religiões foram todas destinadas a encontrar a imortalidade da alma e seus sacerdotes eram os astrônomos, com o conhecimento antecipado dos movimentos celestes. A cobra-réptil é uma figura simbólica que está presente em todas as culturas e é considerada sagrada.
Esta grande unidade cultural, de acordo com Hancock, sugere que a civilização humana não nasceu de uma saída repentina do nada, mas foi “ajudada” por alguém com conhecimento cultural e tecnologia avançada. A prova que sustenta esta teoria é a expansão da agricultura. Descobriu-se que a agricultura nasceu, simultaneamente, em, pelo menos, seis regiões do mundo sem ligação aparente entre eles: América Central e do Sul, o Crescente Fértil, África Central, Leste da China e do Sudeste Asiático.
Em conclusão: Lemos com apreensão os relatórios do aquecimento global alertando que tanto o Ártico e a Antártida estão derretendo. Muitos poderão viver para ver o dia em que serão expostos em todo continente da Antártida, os artefatos dos antigos que viviam lá. Se houver uma pirâmide gigante, isto irá vai mudar o pensamento do mundo, definitivamente. Até o momento não conseguimos recriar as grandes pirâmides. Nós simplesmente não temos a tecnologia. Portanto, a questão é: quem, ou o quê, são que estas pirâmides na Antártida? O que eles deixaram para trás?




quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O Caso do Vôo 169 da VASP

Em 8 de fevereiro de 1982, ocorreu o famoso incidente do vôo 169 da Vasp, um vôo que partiu da cidade de Fortaleza, Ceará, com bom tempo e céu claro, em um Boeing 727, com o prefixo PP-SNG, pilotado pelo comandante Gerson Maciel de Britto.

comandante Gerson Maciel de Britto
A aeronave decolou por volta de uma hora e cinqüenta da madrugada e quando chegou perto da cidade de Petrolina, em Pernambuco, Britto observou um ponto luminoso à esquerda da aeronave.
O comandante entrou em contato com a torre, tentando saber que avião seria aquele, e descobriu que não havia qualquer aeronave nas proximidades.
Britto sinalizou com os faróis do 727 e diminuiu a iluminação da cabine para poder observar melhor o objeto, ainda achando que se tratava de um avião não identificado.
O objeto continuava voando próximo ao Boeing, realizando evoluções que eram notadas pelo comandante e sua tripulação.
A noite estava clara e as condições eram perfeitas para o avistamento, fato esse que permitiu que o piloto identificasse a Lua e o planeta Vênus, e tivesse a certeza de que estava testemunhando um objeto voador não identificado.
O comandante pode ver que o objeto mudava de cor, do vermelho para um laranja, sendo que ao centro o objeto era branco e azulado.
Outro detalhe que chamou a atenção de Britto, era a forma como o estranho objeto se deslocava no ar, ele ficava passando ao lado e por baixo do Boeing como se estivesse brincando com o avião.
Britto ainda continuava tentando confirmar com Brasilia que objeto seria aquele, mas a resposta era sempre a de que não estava sendo registrado nada pelos radares de terra.
Outras duas aeronaves, uma da Aerolineas Argentinas e outra da Transbrasil, tambem confirmaram terem tido um contato visual com o estranho objeto.
O comandante do Boeing continuo sinalizando seguidamente para o objeto em busca de alguma resposta.
Após passarem por Belo Horizonte, Britto finalmente teve uma resposta positiva de que o radar de Brasilia anotava a presença do OVNI proximo ao Boeing.
Neste momento, após a identificação de Brasilia, Britto resolveu chamar a atenção de toda a tripulação e dos passageiros do vôo para a presença do objeto ao lado da aeronave. Os passageiros tambem testemunharam o objeto que só se afastou do Boeing quando esse já se preparava para pousar no Rio de Janeiro.
Uma passageira do vôo da Vasp, Silézia Del Rosso, conta que o objeto brilhava como uma lâmpada de mercúrio, como essas de postes de iluminação. Os passageiros disputaram por varias horas as janelas à esquerda do avião para observarem melhor o Objeto Voador Não Identificado. Todos os passageiros confirmaram o encontro com o OVNI com exceção de algumas personalidades religiosas que estavam a bordo do vôo, como dom Aloísio Lorscheider, cardeal arcebispo de Fortaleza, que quando questionado por um passageiro sobre o porque de não ir até a janela ver o objeto, respondeu que ele não queria saber dessas coisas.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Sereias: realidade ou mito?

O pouco que se procura sobre sereias na história antiga, já é conclusivo que realmente povos de culturas diferentes relatavam seres humano-peixes que viviam em diversas áreas diferentes do mar.
Sereia no Egito Antigo
As excursões de Pedro Alvares Cabral é um exemplo mais válido, por ser de uma época mais recente, porém sem tecnologia o suficiente para falsificar dados, onde foram feitos alguns desenhos e relatos sobre o assunto.
Sereias no Japão
Nessa última década foram descobertas várias espécies diferentes de baleias, peixes ou até mesmo microorganismos presentes no mar, ou seja, o mar ainda é muito inexplorado, podendo haver muitas outras espécies de seres vivos que ainda não fazemos idéa.
Recentemente o Animal Planet fez um documentário sobre as sereias, e, ele é muito completo, mostrando-nos mais uma vez, a teoria da conspiração por trás da disceminação desses fatos e provas científicas.

mermaid

A Teoria

A teoria é que na mesma época dos Neanderthals, de onde surgiu a raça humana, pode ter havido um grupo dessa espécie que resolveu ficar no mar ao invés de terra firme. Eles se alimentavam de peixes, mariscos, algas e outros frutos do mar, que os possibilitaram de desenvolver a inteligência do mesmo modo com os “macacos evoluídos” na terra.

Onde tudo começou

Alguns biólogos marinhos (citados no documentário com nomes diferentes por proteção) começaram a investigar os encalhes de baleias na praia. Logo descobriram que na verdade se tratava de um teste de uma arma militar americana chamada SONAR da Marinha dos Estados Unidos.
Essa arma é considerada uma bomba sonora, que emite frequências de som à longa distância, porém poderosa o suficiente para danificar os órgãos de qualquer ser vivo presente nesse raio, inclusive militares rivais dentro de um submarino.
Logo então descobriram seres que eram isolados e levados para testes do governo, sem conhecimento nenhum da população. Depois de anos de pesquisa, esses biólogos marinhos coletaram dados o suficiente para provar que as famosas sereias eram reais.

A  Prova

Esses biólogos conseguiram achar parte da carcaça de uma sereia dentro de um tubarão, realizaram uma série de pesquisas juntamente com especialistas de outras áreas, como paleontologia, acústica aquática e conseguiram montar boa parte da composição do corpo de uma sereia com base nesses dados, e ainda mais, conseguiram confirmar que esses seres possuiam um dialeto próprio e ainda que eles eram capazes de se comunicarem com outros seres marinhos, como golfinhos e baleias.
Ficou interessado!? Assista o documentário completo!

domingo, 26 de maio de 2013

Os Índios e os Deuses do Espaço.

Em várias de suas histórias, os indios brasileiros sempre se referiram a contatos que seus antepassados teriam feito com seres “muito poderosos”, geralmente “enviados das estrelas”. Mas a mentalidade civilizada do homem branco preferiu ignorar a importância e a necessidade de uma compreensão maior desses registros históricos. Integrantes de muitas nações indígenas brasileiras acreditam ser descendentes de criaturas “que vieram de fora”, como se referem a eles, ou extraterrestres, como os trata a Ufologia. Este trabalho oferece um resumo das principais histórias do gênero já documentadas, não deixando dúvida quanto à importância de tais acontecimentos na vida e cultura dos povos envolvidos.

Atualmente, a grande maioria das nações indígenas no país está submissa ao capitalismo, consumismo, modismos e corrupção, em detrimento da pureza, moral e ética anteriormente predominantes, quando a consciência ecológica e de comunhão com a natureza permitiam o contato aberto com o cosmos e com seres que nele habitam. Chamar suas narrativas de lendas – como faz a história – é, sem dúvida, uma atitude errônea e discriminatória. Geralmente, lendas não são consideradas fatos, e o termo é definido em dicionários da língua portuguesa como mentira ou invenção. Igualmente, a classificação de tais relatos como mitos, apesar desta ser uma palavra mais substancial, transmite falta de crédito, já que, entre seus sinônimos, encontramos a própria lenda ou fábula. Então, poderíamos chamá-los de histórias, certo? Errado! Na definição de história, também segundo os dicionários, surgem palavras como invenção e lorota. Mas, afinal, como denominar os acontecimentos envolvendo seres alienígenas no passado de nossas civilizações tribais?
Ai o tribulante do busca insólita quem vai decidir.


Os deuses de Xuerta

Uma história interessante da tribo Ughamongulala , conhecida como Crônica de Akakor. Contam esses nativos que, no princípio, os seres humanos viviam como animais, de maneira irracional e sem lei, sem agricultura e vestimentas, ignorando os mistérios da natureza. Viviam em grupos de dois ou três indivíduos, apenas engatinhavam e continuaram assim até a chegada dos deuses, que os levaram para “a luz”. Esses fatos teriam ocorrido por volta de 15 mil anos atrás, quando então surgiram do céu naves que brilhavam como o ouro, sinais de fogo clareavam as planícies. A terra tremeu e os trovões ressoavam sobre as montanhas, fazendo os homens se curvarem em humilde reverência frente aos poderosos estranhos, que vieram tomar posse da Terra. Os forasteiros disseram que sua terra natal ficava em Xuerta, um mundo distante perdido nas profundezas do cosmos. Lá viveriam seus ancestrais, que teriam vindo até aqui para transmitir sabedoria aos moradores de outros orbes( História semelhante a dos Anunnakis na antiga suméria que veremos em uma futura matéri no Busca Insólita).

Descendentes dos antigos sacerdotes da tribo Ughamongulala dizem até hoje que Xuerta era um reino poderoso, composto de vários mundos, “numerosos como grãos de areia”, e que dois deles – o nosso e o dos deuses – se encontram a cada 6 mil anos. É devido a esta proximidade que eles retornam. Segundo a narração dos antepassados desses nativos, tais deuses conheciam a passagem dos astros e as leis da natureza, e sabiam também da lei suprema que regeria o mundo. Governaram os homens e a Terra, e suas naves eram “mais velozes do que qualquer pássaro”. Elas eram douradas, feitas de material desconhecido. Tinham forma de cilindros de argila, altura de dois homens e passavam pelas nuvens como “folhas dançando ao vento”. Há também a citação de um veículo de sete pernas, que podia caminhar sobre as águas e montanhas. Dia ou noite, seus barcos sem vela nem leme chegavam aos seus destinos repletos de “pedras mágicas”, como descrevem os nativos. Olhando-se através delas era possível ver cidades, rios, lagos e colinas. As pedras refletiam tudo que se passava na terra e no céu. Mas, no entanto, a maior de todas as maravilhas eram as habitações subterrâneas dos deuses.

Numa determinada época – sempre de acordo com os registros históricos – eles teriam abandonado a Terra, mas deixaram os ughamongulala instruídos para se abrigarem nos subterrâneos de Akakor, pois uma terrível catástrofe se aproximava. A terra tremeu, as estrelas dançaram e água brotava das rochas, quando então um frio terrível e um vento gelado varreram nosso mundo. Depois veio um calor tremendo e as pessoas morreram calcinadas, “até com o próprio hálito”. Animais e homens fugiram em pânico e tentaram subir nas árvores, mas estas os repeliam, atirando-os para as cavernas, que desabavam sobre eles. O que estava abaixo veio para cima e a superfície da Terra caiu nas profundezas. Os ughamongulala se protegeram com excelência nos esconderijos subterrâneos.

Logo depois, outra hecatombe ainda mais violenta teria acometido o planeta, mas eles sobreviveram e, ao saírem à tona, contemplaram uma paisagem muito diferente da conhecida anteriormente. Foi nessa fase que apareceram imponentes naves douradas, e grande foi sua alegria, pois seus antigos senhores estavam de volta. Os deuses desceram na Terra. Tinham “rostos resplandecentes” e o povo ughamongulala lhes ofereceu os mais variados presentes – plumas, mel de abelhas, incensos e frutas –, tudo colocado aos seus pés. Todos os nativos puderam contemplar seus ancestrais, mas restavam poucos deles para o festejo, após a terrível metamorfose na superfície.

A lenda de Bep-Kororoti — 

Guerreiro Kayapó com uma vestimenta de palha, imitando os
trajes usado por de Bep-Kororoti.
Um ramo da nação Kayapó, dos índios chamados men-bengôkré, tem um interessante ritual praticado em memória a um personagem mítico chamado de Bep-Kororoti [Ou Bep-Gororoti]. Trata-se de um herói extraterrestre civilizador que teria chegado à região em que residiam os nativos numa estrela ou canoa voadora. Contam os mais antigos da tribo que Bep-Kororoti pousou sua embarcação voadora na Cachoeira Tipôtikré, especificamente numa montanha situada entre afluentes do Rio Xingu, no sul do Pará. Teria vivido e miscigenado com ancestrais kayapós, e quando retornou ao céu, levou sua mulher nativa e o filho, mas deixou a filha casada e grávida na aldeia. O incrível registro assume veracidade porque é ensinado de pais para filhos na Casa dos Homens ou Escola Tribal, o local ritualístico dos kayapós, também chamada de Eng-Ób em seu idioma. E a tradução se torna ainda realista porque seus personagens se vestem com indumentárias apropriadas quando se reúnem, compostas de macacões e capacetes de palha. Os kayapós também usam clavas de madeira ou espingardas como representação do chamado kóp, uma arma em forma de bastão que teria capacidades desintegradoras, portada por Bep-Kororoti quando veio dos céus.

Os men-bengôkré eram nômades e viviam da caça e da pesca. Os registros de suas tradições revelam que, numa noite, muitos deles estavam acampados ao pé da Serra Pukatôti, uma montanha próxima que lhes causava desconfiança e medo, quando algo ocorreu. A razão de seu temor estava no fato de que a montanha estava sempre coberta de névoas e emanava misteriosos barulhos, seguidos de relâmpagos. Só que, na ocasião em que estavam reunidos, descobriram que tais fenômenos eram causados por um objeto voador que, naquela noite, passou sobre eles e parou no alto da serra. De manhã, os guerreiros se aproximaram do local e surgiu entre as brumas um kuben, um estrangeiro invasor com aspecto físico esquisito. Tinha um só olho e não se viam boca e nariz. O ser não possuía cabelos e estava armado com uma poderosa clava que lançava raios e desintegrava pedras e árvores, a kóp. Os índios tentaram agarrá-lo, lutando bravamente, mas levavam choques e caíam desmaiados, enquanto o invasor divertia-se às gargalhadas.




Quando os nativos perceberam que, apesar de poderoso e forte, o estranho personagem não queria matá-los, desistiram da luta e fugiram. De vez em quando, ele era visto nas trilhas da montanha, sem ser perturbado pelos guerreiros da tribo, que preferiram ignorá-lo. Mas, numa certa tarde, alguns jovens da aldeia se lavavam num lago e viram outro invasor. Só que, ao contrário do “gigante da montanha”, este era bonito, tinha a pele clara e estava se banhando completamente nu. O estranho também viu os men-bengôkré, mas agiu com naturalidade. Os guerreiros tentaram então falar com ele. O kuben disse que se chamava Bep-Kororoti, que tinha chegado do céu e havia sido atacado por eles na montanha. Os jovens ficaram surpresos e disseram que tinham atacado um monstro. O forasteiro então lhes mostrou a roupa protetora que havia tirado para tomar banho e que estava no chão, deixando os índios tão alegres com a descoberta que o levaram para a tribo. 



Alien alegre e esperto

Bep-Kororoti foi descrito como sendo alegre e esperto. Ele ensinou os nativos a construir uma aldeia circular e uma praça central, onde fica a Escola Tribal, que funciona como centro de atividades. Entre as tarefas e rituais que os índios desenvolvem nela estão cânticos, danças, discursos, trabalhos manuais para aprimoramento do djudê (arco), da kruá (flecha) e da kô (borduna). A kóp, a clava que passou a ser utilizada pelos indígenas para ataque e defesa, foi copiada da poderosa arma que Bep-Kororoti trazia consigo. Além disso, o ser organizou a liderança na tribo e o benadiôro, o chefe da aldeia, foi ensinado a ser atencioso com todos, tendo mais deveres do que direitos. Determinou que o conselho dos anciãos da aldeia ajudaria o chefe a tomar decisões, e as famílias, enfeitadas com penas e pinturas, devessem representar a fauna do local. Assim, o povo kayapó estabeleceu suas bases de funcionamento. Mas a missão do homem do espaço ainda não tinha terminado: ele também se casou e teve filhos entre os índios!

O registro das tradições kayapós dá conta de que, com o passar do tempo, Bep-Kororoti foi mudando seu comportamento e, durante uma caçada, chegou a discutir com os companheiros, se embrenhando no mato. Sem explicação, cobriu sua família com uma pintura preta e a deixou num abrigo, quando então vestiu bô, o traje perigoso que dava choque, e se armou com a kóp para desafiar a tribo. Os men-bengôkré pensaram que ele havia enlouquecido e tentaram dominá-lo à força, mas foi em vão. O ser subiu a Serra Pukatôti, quando foram novamente ouvidos trovões e avistados raios. Um deles alcançou sua família, fazendo-a desaparecer. Os nativos então viram sua canoa voadora subir lentamente ao céu, entre fumaça e relâmpagos, até sumir nas nuvens. Niôpoti, sua filha, casada e grávida de um índio kayapó,
ficou na aldeia.

Após Bep-Kororoti partir, toda região sofreu mudanças climáticas, o povo passou grandes necessidades e as doenças mataram muitos deles. Niôpoti falou ao marido que poderia ajudar sua gente, mas ambos teriam que subir até a montanha. Foi difícil convencê-lo, pois Pukatôti era proibida. Quando finalmente chegaram lá em cima, ela cobriu-se e a seu filho com uma tinta preta, sentando num tipo de canoa e pediu ao marido que aguardasse sua volta. Houve uma explosão e o objeto voou e sumiu entre as nuvens, como seu pai e mãe. Dias depois, uma “estrela voadora” a trouxe de volta com o filho, o irmão e a mãe. Eles trouxeram remédios, alimentos e sementes para a tribo. Mas, logo após, voltaram para o espaço e desapareceram para sempre. Niôpoti, seguindo conselhos de seu pai, levou o povo para morar na Serra Pukatôti, onde encontraram as men-babankent-kré, “casas de pedra feitas por Deus”, vivendo ali por muitas gerações. Esta é a fantástica história do “professor das estrelas”, Bep-Kororoti.

Um fato interessante e revelador a respeito deste registro aconteceu em 1969, quando a equipe do jornalista e indigenista João Américo Peret pacificou grupos de índios da nação Suyá, também chamada de Beiços de Pau, moradores do nordeste de Mato Grosso. Peret levou dois jovens daquela tribo – Kairá e Tariri – para o Rio de Janeiro, em sua viagem de volta. Certa vez, quando assistiam televisão juntos, ao verem uma reportagem sobre a conquista da Lua pelos norte-americanos liderados por Neil Armstrong, Kairá e Tariri ficaram excitadíssimos. Quando o astronauta foi mostrado pisando no solo lunar, com trajes espaciais, Tariri apontou assustado para a TV e disse: “Bep-Kororoti!”

Chupacabras indigena? —
Em meio às anotações e pesquisas sobre a passagem e convívio de seres extraterrestres no passado de nossos índios, notamos uma tradição muito antiga e curta, mas resolvemos incluí-la neste trabalho. Trata-se da história de Cãoera e se resume neste parágrafo: “Um ser parecido com um grande morcego, maior até que um urubu, que pode sugar todo o sangue de uma pessoa adormecida sem que ela desperte e depois devorá-la. É uma criatura que habita os buracos na Terra, chamado de Cãoera”. Que tipo de criatura é esta, que viveria em áreas incrustadas na superfície terrestre?

O chupacabras teve sua origem em Porto Rico, nos anos 90 – uma década e meia após o chupa-chupa. Foi naquele país caribenho onde surgiram os primeiros casos de misteriosos ataques a rebanhos de animais rurais e domésticos, tendo seu ápice em 1992, quando o fenômeno se espalhou para o México, América Central e finalmente chegou ao Brasil e demais países da América do Sul. Sua voracidade deixou milhares de animais vitimados em condições ainda inexplicadas por todo o continente. O ser foi descrito por raras testemunhas como uma criatura horrenda, com altura entre 1,2 e 1,5 m, olhos grandes e extremamente vermelhos, e dentes com presas salientes. No Brasil, estranhamente, foi visto em alguns casos com quase dois metros. A descrição ainda inclui patas fortes com garras afiadas e corpo coberto com escamas parecidas com pêlos, porém mais resistentes. Parece ter uma espécie de crista que acompanha o traçado das costas, que às vezes parece se abrir como asas. Ataca de forma certeira e silenciosa, como que hipnotizando suas vítimas, sugando-lhes muito sangue e até órgãos inteiros, geralmente por pequenos orifícios, mesmo que através dos quais fosse quase impossível a retirada de partes internas.

O chupacabras  pode ser relacionado ao Cãoera, citado há pouco. Parece que, no passado, nossos índios já conheciam os ataques realizados por esse fenômeno. Não são poucas as tradições indígenas que sugerem semelhanças entre o Cãoera e os recentes chupacabras. Mas, na comparação entre os ataques da fera descrita pelos indígenas e o chupa-chupa, por exemplo, a diferença está em que os primeiros eram quase sempre fatais. No mais, ambos tinham como alvo os seres humanos e ocorriam justamente da Região Amazônica, com grandes semelhanças entre si e seu modus operandi. Numa especulação com relação ao chupacabras, UFOs e seres extraterrestres podem estar monitorando, acompanhando e até interagindo com estas criaturas, assim como fazem conosco há milênios e, obviamente, conhecem muito bem seus hábitos e costumes. Se o Cãoera “habita os buracos na Terra”, este detalhe poderia sugerir um provável habitat do mesmo e um ciclo de aparições, com seu desaparecimento depois. É interessante salientar que não houve registros de ataques graves ao ser humano por parte dessa criatura em suas investidas. Mas esta confirmação somente o tempo vai fornecer, se as pesquisas progredirem.
O Mistério da Pedra Pintada —

Descoberta na Amazônia pelo brasileiro Bernardo Ramos, na década de 50, a Pedra Pintada é mais um enigma indecifrável que temos em nosso próprio quintal. Muitos dos símbolos que nela estão desenhados são bem conhecidos: Sol, serpente, sapo, veado, cavalo, olho, homem e mão. Curiosos são, no entanto, os registros de um carro sagrado, uma espiral e outras figuras não naturais aos nossos antepassados. Além deles, aparece um pouco de tudo, como serpentes registradas em estilo egípcio, seis formas diferentes de cruz, as letras R e M etc. E mais intrigante ainda são desenhos de seres com auréolas de raios na cabeça e estranhos objetos parecendo representações primitivas de naves voadoras. No petróglifo amazônico há uma mistura de figuras e símbolos comuns nos cinco continentes da Terra, mas como nossos indígenas tiveram acesso a eles? São caracteres coincidentes com egípcios, etruscos, fenícios, hebraicos, gregos, sumerianos, ibéricos etc.

O arqueólogo Marcel Homet classificou estes sinais como uma espécie de língua-mãe da humanidade. Homet explorou a área da Pedra Pintada e descobriu estranhas grutas nos arredores. Em uma delas, muito profunda e escondida pela vegetação, o estudioso foi tomado de surpresa por incríveis visões que lhe mostravam cenas de uma multidão composta por insólitos seres de grande estatura em um tipo de procissão, que se aproximavam daquela pedra monumental em um passado muito remoto. Apesar de cientista, Homet ficou tão impressionado com o que encontrou que não teve receio de ser julgado como insano por seus colegas ao afirmar que ouviu estranhos sons vindos do espaço, e viu até mesmo cenas de sacrifícios humanos. Contudo, ele não soube definir se esses inusitados fenômenos foram produzidos pelas emanações sulfurosas que advinham das profundezas da caverna ou se forças enigmáticas e indecifráveis realmente ali se manifestaram...
Enfim, o Território Brasileiro é cheio de mistérios e apenas uma fração deles é conhecida ou foi explorada. Quanto às tradições indígenas, apenas do esforço de nossos indigenistas, por décadas a fio de missões na selva, sabemos muito pouco a seu respeito. Onde quer que se olhe, na vasta extensão territorial nacional, se encontrará tradições a serem exploradas que sugerem a ação de seres não terrestres no passado. É o caso também dos chamados “deuses colonizadores e educadores”, que, segundo os nativos, vieram das estrelas. Entre eles estão, além de Bep-Kororoti, o Jurupari, o Mavutsinim, o Curu-Sacaebe e Sumé, além da Iara, uma bela mulher que sumia com crianças que escolhia, devolvendo-as às tribos depois de sete anos, quando então apareciam com enorme sabedoria e se tornando líderes espirituais, os xamãs. Irrefutavelmente, esses “deuses” eram de carne e osso e foram os responsáveis pelo ensinamento de grandes conhecimentos a muitos povos e raças, não só no Brasil, mas de todo o planeta. Agiam conjunta ou ao menos seqüencialmente entre si, em todas as partes e direções, em épocas pré-determinadas e com funções específicas. Parece que não houve nenhum acaso, que tudo foi muito bem planejado.

A impressionante Astronomia dos índios brasileiros

O físico e astrônomo Germano Bruno Afonso, professor aposentado da Universidade Federal do Paraná, é um dos mais premiados cientistas nacionais. Mestre em Ciências Geodésicas (UFPR), Doutor em Astronomia e Mecânica Celeste pela Universidade de Paris VI, Pós-doutorado em Astronomia pelo Observatório da Côte d`Azur (França), coordenador do curso de Pós-Graduação em Física da UFPR (1984-1990), Prêmio Jabuti de 2000 com o livro didático "O Céu dos Índios Tembé" (2000), Germano é também o único brasileiro especialista em Arqueo-astronomia, uma ciência reltivamente nova no país.
Mesmo com esse currículo invejável, o professor tem sido vítima de preconceito em virtude de sua dedicação ao estudo da Astronomia dos índios brasileiros. Não são poucos aqueles que desconhecem o volume e a complexidade dos conhecimentos que nossos indígenas possuíam, e ainda possuem, acerca do céu. A seguir, uma entrevista com o professor, realizada por Rosana Bond.


A constelação da Ema (Guyra Nuandu) fica na região do céu ocupada pelas costelações ocidentais do Cruzeiro do Sul, da Mosca, do Centauro, do Escorpião, do Triângulo Austral e de Altar. Fonte: http://fisica.ufpr.br/tupi
O que é Arqueoastronomia?
É a disciplina que estuda os conhecimentos astronômicos legados pelas culturas dos povos antigos, tais como os mesopotâmios, os egípcios, os gregos, os maias, os incas e os índios brasileiros. Estuda, principalmente, os monumentos líticos orientados para os pontos cardeais e para as direções do nascer e ocaso do Sol, da Lua ou de estrelas brilhantes, passíveis de medições astronômicas, que teriam uma utilidade prática na determinação do calendário e da orientação. Além disso, ela estuda a arte rupestre com possível conotação astronômica.
A observação do céu esteve na base do conhecimento de todas as sociedades antigas, pois elas foram profundamente influenciadas pela confiante precisão do desdobramento cíclico de certos fenômenos celestes, tais como o dia-noite, as fases da Lua e as estações do ano.
O homem pré-histórico logo percebeu que as atividades de pesca, caça, coleta e lavoura obedecem a períodos sazonais. Assim, ele procurou registrar essas flutuações cíclicas e utilizou-as, principalmente, para a sua subsistência.
Como se originou a Arqueoastronomia?
Em 1740, William Stukeley foi o primeiro a estudar Stonehenge, na Inglaterra, do ponto de vista astronômico. Ele percebeu que o eixo principal do monumento estava orientado na direção do nascer-do-sol no solstício do verão.
A Arqueoastronomia desenvolveu-se com as pesquisas do astrônomo Sir Joseph Norman Lockyer, fundador da conceituada revista britânica Nature. Ele forneceu explicações astronômicas mais detalhadas sobre os megálitos de Stonehenge e os menires (do baixo bretão: men — pedra e hir — longa) da Bretanha (França).
A partir de 1970, a Arqueoastronomia começou a ser ministrada como disciplina em algumas universidades, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa. Atualmente, as pesquisas nessa área se intensificam em todo o mundo.
E a Arqueoastronomia no Brasil?
No Brasil, até o momento, lamentavelmente sou o único astrônomo profissional que se dedica ao estudo sistemático da Arqueoastronomia.
Em 1991, estudamos um monólito (pedra isolada) vertical, com cerca de 1,50 m de altura, encontrado em um sítio arqueológico, às margens do rio Iguaçu, perto de onde foi construída a hidrelétrica de Salto Segredo (PR). Ele tinha quatro faces talhadas artificialmente, apontando para os quatro pontos cardeais. Em volta do monólito havia alinhamentos de rochas menores que, aparentemente, indicavam os pontos cardeais e as direções do nascer e do pôr-do-sol nas estações do ano.
O homem pré-histórico logo percebeu que as atividades de pesca, caça, coleta e lavoura obedecem a períodos sazonais. Assim, ele procurou registrar essas flutuações cíclicas e utilizou-as, principalmente, para sua subsistência
Considerando que esse monólito talhado foi colocado na posição vertical e que muitas tribos brasileiras usavam e ainda usam o relógio solar, supus que o monólito poderia servir, também, como um relógio solar mais aperfeiçoado, pois poderia fornecer os pontos cardeais mesmo na ausência do sol.
Em 1996, durante pesquisas com a arqueóloga Maria Beltrão, encontramos em Central (BA) um monólito semelhante ao de Salto Segredo. Em 2001, na Ponta do Gravatá, Florianópolis, também encontramos um monólito de 1,50 m, com as faces talhadas para os pontos cardeais e rochas orientadas para o nascer e pôr-do-sol nos solstícios e equinócios.
Qual a importância dos achados brasileiros num contexto mundial?
A Ilha de Santa Catarina, por exemplo, é rica em vestígios arqueológicos, sendo a região mais interessante do mundo que conhecemos, do ponto de vista da Arqueoastronomia, em virtude da riqueza de seus megálitos (do grego: mega — grande e lithos — pedras) com orientação astronômica e de suas gravuras rupestres, do fácil acesso e da beleza do lugar. Desde outubro de 2001, estudamos algumas gravuras rupestres e alguns megálitos orientados de Florianópolis, juntamente com o antropólogo Adnir Ramos.
A que se deve essa riqueza de megálitos e gravuras rupestres em Florianópolis?
Nossa hipótese, formulada a partir das orientações astronômicas das rochas e das informações obtidas com índios de diversas regiões do Brasil, é que o local da maioria dos monumentos megalíticos orientados e das gravuras rupestres era utilizado como um centro xamânico relacionado com o sol e com as constelações mitológicas indígenas. É provavelmente o caso de Florianópolis.
Como tem sido suas pesquisas junto aos índios brasileiros?
Trabalho muito com os índios, com Astronomia indígena, principalmente com os conhecimentos dos pajés.
Sou astrônomo profissional, mas trabalho com o conhecimento indígena do céu. Muito daquilo que digo se baseia no modo como os pajés me explicaram a fazer a leitura do céu. Este é o sentido de meu trabalho nos últimos anos, a Arqueoastronomia e a Astronomia dos índios brasileiros.
Nos monólitos que estudamos na usina de Segredo, na Bahia e Santa Catarina duas características nos chamaram a atenção. Primeiro, o fato delas possuírem uma orientação astronômica. Em segundo, sua altura — de 1,50 m a 1,60 m.
Aí, conversando com os pajés, me explicaram os motivos da orientação e da altura. Os índios e os povos antigos não faziam Astronomia só por fazer. Tudo tinha uma razão. Além da parte prática, com finalidade de orientação — os pontos cardeais — havia toda uma parte religiosa, de ritual, de culto aos mortos, de fertilidade etc., que também era ligada à Astronomia. Por exemplo, para os Tupi-Guarani cada um dos pontos cardeais representa o domínio de um deus. O deus maior, que fica em cima da cabeça, é Nhanderu. Os demais quatros deuses, representados pelos pontos cardeais, foram aqueles que o ajudaram a fazer a Terra e todos os seus habitantes. Quanto à altura das pedras, os pajés explicaram que tal medida era para facilitar a mira do índio quanto à posição do nascer ou do pôr-do-sol, para ele se localizar melhor em relação às estações do ano. A pedra serve de mira, então você se afasta um pouco e ela tem que estar na altura dos olhos. E a altura dos olhos do índio era aquela.
Os índios brasileiros também utilizavam constelações para orientação e calendário?
Sim, a constelação do Cruzeiro do Sul, por exemplo, era usada para determinar os pontos cardeais, as horas da noite e as estações do ano. Há muitas gravuras e pinturas rupestres que representam uma cruz, em sítios arqueológicos. Para os índios da família Tupi-Guarani, a constelação do Cruzeiro do Sul tem também um sentido mitológico.
Fomos muito criticados, até por intelectuais, quando falamos que aqueles monólitos que estudamos tinham ligação com os índios e possuíam objetivos astronômicos. Porque o preconceito dizia que o índio brasileiro, o parananse, catarinense etc. não tinha conhecimento nenhum de Astronomia.
E isso me chocou, porque é sabido que todos os povos antigos faziam a leitura do céu. Se não fizessem não sobreviveriam.
Eles se baseavam num calendário próprio e desse modo sabiam as estações. E, de acordo com o clima, que animal iriam caçar, que fruto iriam colher, que peixe iriam pescar. Tudo isso vinha da leitura do céu. O contrário é que não é verdadeiro.





Como os índios brasileiros marcavam o mês e o ano?
O primeiro dia do mês era quando aparecia, do lado oeste, logo após o pôr-do-sol, o primeiro filete da Lua, depois do dia da Lua Nova, quando a Lua não é visível. O ano iniciava quando as Plêiades, conhecida como As Sete Estrelas, apareciam pela primeira vez, do lado leste, logo antes do nascer-do-sol, perto do dia 11 de junho, depois de cerca de um mês sem serem vistas. O conhecimento astronômico dos nossos índios aparece em inúmeras gravações rupestres no Paraná e Santa Catarina. Encontramos a representação de um cometa numa pedra aqui no Paraná. Se você mostrar para qualquer criança ela vai falar que é um cometa. Tem o núcleo, a cabeleira, a cauda. O desenho é perfeito. Inclusive a cauda não é reta. E por que?
Quando é a cauda de um cometa velho, ele só tem gás, então a cauda é reta devido ao vento solar. Mas quando o cometa é jovem, grande e brilhante ele solta "poeira" e a cauda é curva. Então se deduz que foi um cometa grande e brilhante que os índios desenhistas viram e representaram.
Localizamos também uma rocha que tem nada menos que 250 desenhos relacionados com o céu. Só para vermos que o nosso índio, desde a pré-história, já tinha cultura astronômica. Ao contrário do que muita gente diz.
É verdade que o sr. descobriu uma rosa dos ventos dos guaranis no Paraná?
Os Guarani têm uma rosa-dos-ventos. Uma informação que li sobre a gênese guarani era de que no céu existiam palmeiras azuis representando os quatro deuses (os quatro pontos cardeais: norte, sul, leste, oeste) e suas quatro esposas (os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, sudoeste) formando uma rosa-dos-ventos.
Os Guarani dizem que tudo o que existe no Céu existe também na Terra. Porque a Terra nada mais é do que um reflexo do Céu. Aí começamos a procurar algum vestígio concreto disso. Até que um dia no Paraná, em Itapejara D’Oeste, na beira do rio Chopim, encontramos essa rosa-dos-ventos! Encontramos um círculo de palmeiras. Colocamos o teodolito no meio do círculo e medimos as direções dessas palmeiras. O resultado é que deu exatamente os pontos cardeais e os pontos colaterais. Uma rosa dos ventos de palmeiras aqui na Terra!
Curioso notar que a palavra Itapejara não significa nada em guarani. No entanto, originalmente essa região se chamava Tapejara, que significa o Caminho do Senhor. E certamente uma rosa-dos-ventos é um excelente guia.
Por que o sr. tem percorrido escolas da região sul ensinando Astronomia indígena?
As constelações dos índios são bastante fáceis de observar. Notei algo curioso. As constelações da Astronomia ocidental, as que constam em nossos livros, geralmente as pessoas leigas não conseguem ver.
Eu , como astrônomo, sei obviamente onde estão todas as principais estrelas de uma determinada constelação, mas consigo imaginar com dificuldade um Leão naquele tal lugar ou dois Peixes em outro lugar. Agora pensem numa criança, ou numa pessoa leiga no assunto, elas olham o céu e ficam decepcionadas.
Com as constelações indígenas isso não acontece. Não precisa forçar a imaginação, você olha e enxerga. Por que? Porque os índios não juntavam simplesmente as estrelas. Juntavam as estrelas brilhantes e formavam as figuras com as manchas claras e escuras da Via Láctea. Além disso, eles vêem mesmo determinado animal no céu. Como aquela brincadeira que a gente faz com as crianças, de enxergar desenhos nas nuvens.
Para o ensino da Astronomia às crianças, as constelações indígenas são um auxiliar precioso. Quando elas aprendem as constelações indígenas — da Anta, do Veado, da Ema, da Cobra, da Canoa etc. — depois a ocidental fica mais fácil de ensinar. Primeiro você mostra a indígena e depois a ocidental. Assim ela não se decepciona e se sente incentivada a visualizar a outra.
Outra coisa interessante: você sabia que o mito do Saci Pererê, que muita gente pensa ser africano, é o Jacy Jaterê dos índios brasileiros? Significa "fragmento de Lua". A origem do Saci Pererê é a mitologia indígena e tem ligação com a Astronomia.