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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A MÁQUINA DO TEMPO


A MÁQUINA DO TEMPO


 Acelerador CERN Fisica LHC Materia Nuclear Particulas
Qual a origem da matéria? Do que é feito o universo? Para muitos cientistas, tentar decifrar inúmeras questões como estas pode ter uma resposta inusitada: "viajar no tempo"! Mas vamos explicar melhor. Na verdade, com um projeto de tamanho estratosférico, digno das pesquisas envolvidas, o CERN (Organização Européia de Pesquisa Nuclear, do francês Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), construiu o LHC (Large Hadron Collider) ou o mais poderoso acelerador de partículas do mundo. Ou quem sabe, a máquina do tempo! Claro, não como vemos em filmes de ficção. A idéia é tentar recriar o que aconteceu no universo, uma fração de segundo após o Big Bang. Para tanto, chama-se este projeto de "A coisa mais complicada já construída pelo ser humano". Afinal, mesmo tendo iniciado em 1993 algo parecido e escavado mais de 14 quilômetros de túneis no Texas, os americanos desistiram de encarar tamanha tarefa sozinhos.
Mas afinal, o que é esta máquina do tempo? De forma simplista, trata-se de uma impressionante estrutura embaixo da fronteira franco-suíça, perto de Genebra, e que é hoje o maior e mais complexo instrumento científico do mundo. São 27 quilômetros de túneis que visam colidir dois feixes de prótons a 99,9% da velocidade da luz. Esperam então os cientistas que se recrie situações que não existem desde o Big Bang, conseguindo assim um melhor entendimento do Universo. As forças liberadas serão capazes não só de distorcer o espaço (assim como a gravidade distorce o espaço ao redor da terra), mas também o tempo! Por isso, a comparação com uma máquina do tempo.
 Acelerador CERN Fisica LHC Materia Nuclear Particulas
Como cita a pesquisa publicada por Irina Arefieva e Igor Volovich: "...na relatividade geral, uma curva no espaço tempo irá correr do passado para o futuro. Mas, em alguns espaço-tempos as curvas podem se encontrar gerando uma curva mais fechada, o que é interpretado como uma máquina do tempo - o que sugere a possibilidade de viagens no tempo".
Dois prótons viajarão em direções opostas e colidirão em quatro pontos ao longo do caminho - replicando as condições do Big Bang "do plasma cósmico", um misterioso estado, quase líquido, que ocorreu antes dos quarks esfriarem suficientemente para permitir que átomos se formassem. O acelerador de partículas irá forçar os quarks a se separar e recriar o "plasma cósmico" original e reconstruir as condições do Big Bang. Será possível?!
 Acelerador CERN Fisica LHC Materia Nuclear Particulas
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No gigantesco túnel, estão localizados 4 detectores do tamanho de edifícios, alojados em grandes cavernas em pontos diferentes. São eles: Atlas, CMS (Compact Muon Solenoid), LHCb e Alice (A Large Ion Collider Experiment). Apenas um supercondutor solenóide, contém mais ferro do que a Torre Eiffel.
Determinação, empenho e dedicação é o que não falta, além, claro, de muito dinheiro. Veja alguns dados que dão a dimensão do projeto:
• 20 anos de trabalho ainda em andamento;
• Equipe formada por mais de 7.000 físicos de mais de 80 países;
• 27 km de circunferência, 175 metros abaixo do solo;
• Cada túnel é grande o suficiente para passar um trem através dele;
• As temperaturas geradas são mais de 1.000.000 de vezes mais quentes que o núcleo do sol;
• Magnetos supercondutores são resfriados a uma temperatura mais fria que a do espaço profundo.
A dimensão do LHC é fantástica, assim como deverá ser a maneira de lidar com seus resultados. Quando estiver funcionando, o CERN registrará um por cento de todas as informações geradas no planeta: 15 petabytes ou 15 milhões de gigabytes de dados por ano. Como processar tudo isso?!
Aqui começará uma nova etapa na Internet: a Grid! A HP foi a primeira empresa comercial a levar esta tecnologia ao LHC Computing Grid (LCG) do CERN - uma Grid (rede) de proporções épicas. Os HP Labs e o programa HP University Relations Programme estão colborando com o CERN Openlab para o desenvolvimento de softwares e hardwares para a Grid. Ela então não só partilhará informação, mas também terá capacidade de computação e armazenamento, significando que cientistas de qualquer lugar do mundo poderão ligar-se à Grid através de seus computadores pessoais e ter os cálculos feitos por máquinas em todo o planeta. Esta tarefa, embora árdua, tem o know-how do CERN que intitulam inventor da www.
Entre as inúmeras surpresas que os cientistas esperam testemunhar com o acelerador de partículas estão é claro, um big-bang de média dimensão ou um pequeno buraco negro. Eles garantem porém, que mesmo isso ocorrendo, serão pequenos demais e terão pouca duração para gerar uma forte força gravitacional, ou em outras palavras: Genebra não vai ser sugada para outra dimensão.



LHC e as outras dimensões


Entre os objetivos dos físicos que trabalham no LHC, o grande acelerador de partículas que iniciou suas atividades com energias recorde nesta terça-feira, 30, estão encontrar as partículas que compõem a matéria escura, o bóson de Higgs — a partícula que dá massa às demais — e determinar se realmente existem minúsculas dimensões ocultas no espaço.
Essa parte das dimensões extras vem sendo meio negligenciada nos comentários mais comuns a respeito do colisor, e merece um pouco mais de atenção. A questão que ela tenta responder é: por que a gravidade é uma força de escala tão menor que as outras?
O exemplo clássico, aqui, é o do clipe no carpete: um clipe de papel pousado no carpete da sua sala está sendo atraído pra baixo por uma força gravitacional gerada por toda a massa do planeta Terra (mais a do próprio clipe, claro). Mas basta a força magnética produzida por um mísero ímã de geladeira para erguê-lo. Essa desproporção preocupa os cientistas.
Uma explicação que ganhou popularidade ao longo da última década sugere que a gravidade parece mais fraca que as outras forças da natureza porque ela se dispersa em outras dimensões do universo, inacessíveis, por exemplo, à eletricidade e ao magnetismo. Seria como se houvesse uma espécie de “gato” desviando parte do poder da gravidade para um lugar que não conseguimos ver, enquanto que as outras forças atuariam integralmente no espaço comum, sem sofrer nenhum desfalque.
Trata-se de uma ideia interessante, mas em ciência ser interessante não basta para promover uma hipótese — é preciso que ela passe por testes no mundo real. E o LHC deve produzir esse teste. Nas energias que o colisor é capaz de atingir, deve ser possível detectar o tal vazamento de gravidade. Como? As colisões podem produzir grávitons (as partículas que transportam a força gravitacional) que desapareceriam de repente, ao penetrar nas dimensões invisíveis.
É mais ou menos o mesmo raciocínio do detetive que, ao constatar que o suspeito desapareceu de uma sala trancada, deduz a presença de uma passagem secreta.





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